Pensei
em escrever palavras
Regras
me foram impostas
“Deves
usar a norma culta”
“Oxe!”,
pensei eu, “o que é isso?”
Com
tal norma
Nem
meus pais, nem avós me educaram.
Me
ensinaram a praticidade do falar
Não
a escrever uma carta para um doutor.
É
bem verdade que a norma culta é importante
Mas
para mim nunca será a única norma.
Não
preciso de norma culta para falar de amor
Seu
doutor.
Eu
falo com propriedade
Mesmo
sendo analfabeto
Conheço
a dor no peito
Sei
amar meus filhos
Conheço
a dor da fome
E
nunca ganhei diploma por sofrer.
Se
eu soubesse escrever
Ah doutor, seria premiado no mundo
Viajaria
num avião
Discursaria
num microfone
Cantaria
um poema decorado.
Minhas
palavras seriam vivas
Exultariam
meus sentimentos
Escreveria
verdade escrita
Minha
poesia seria
Meu
testamento.
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