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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

"Crítica" do filme - Kaze Tachinu (Vidas ao vento)





 

Não há palavras para expressar o quanto este filme é maravilhoso. Não limite-se a estes escritos sobre mais uma obra de arte de Hayao Miyazaki, assista e conheça um dos melhores filmes da minha vida.
Kaze Tachinu (Vidas ao vento) é um filme japonês escrito e dirigido pelo mestre supremo das animações já existentes no universo que conta de forma fantasiosa uma parte da vida de Jiro Horikoshi, um engenheiro aeronáutico que projetou o famoso caça Mitsubishi A6M Zero, muito famoso durante a Segunda Guerra Mundial pela sua qualidade e superioridade em relação aos demais modelos da época.
Apenas para esclarecer este não é um filme de guerra e nem promove a guerra. Tanto que o principal sentimento que vidas ao vento faz apologia é ao amor.  Existem diálogos e cenas contra a guerra bem claras, pois todos (com bom senso) sabem (isto inclui Hayao) que toda guerra que existiu (ou existirá) é (ou será) o maior retrocesso que a humanidade pode apresentar, sendo assim críticas sobre a abordagem da guerra pelo filme, em minha opinião, são falhas.  
A obra tem uma sensibilidade poética sobre as passagens da vida e principalmente sobre os sonhos que são os que nos tornam vivos. O amor, como já citei, é um sentimento fortíssimo no filme, aliás, todo o filme é um sentimento fortíssimo sobre os sonhos, o amor, a vida.
As cenas nos céus são deslumbrantes e igualmente são as transições de cenas entre o sonho e a realidade de Jiro. Sonho que o segue desde criança, o sonho de projetar aviões e fazê-los voar nos céus como os pássaros que passeiam nas nuvens com sua graciosidade e beleza em seu desenho natural inigualável feito pelo criador (Deus). É isso que os grandes projetores fazem: copiar a natureza (ou num sonho impossível superá-la) estudando os projetos do maior criador de todos; Mesmo que alguns reconheçam o acaso ou o nada como seu criador.
A perfeita trilha sonora embeleza ainda mais a ficção e a imersão no filme ocorre de forma natural e espontânea; Num minuto você sorrir com as cenas magníficas no céu, num outro você chora, em outro você sorrir e chora e por fim você chora ou sorrir de saudade.
Vidas ao vento (que nome maravilhoso em português) não é um filme feito somente para crianças e muito menos para adultos que não saibam sentir. Vidas ao vento é como a brisa do mar: chega refrescando a alma e some de repente deixando para sempre a sensação da brisa no coração. A vantagem do filme em relação à brisa é que nós podemos sempre que a saudade apertar colocar o filme mais uma vez para reproduzir e sentir a brisa novamente.      

Tudo indica que dois mil e treze foi ano do último filme do senhor Hayao Miyazaki. O que posso lhe escrever mesmo sabendo que ele nunca lerá é o seguinte:

“Obrigado por abrir meu coração através dos seus filmes, obrigado por me fazer chorar com desenhos coloridos, obrigado por me fazer acreditar nas pessoas, obrigado por me fazer ser melhor e obrigado por me fazer acreditar nos meus sonhos impossíveis. Que Deus reconheça seu trabalho de encantamento e lhe dê alegria assim como você deu a muitas crianças e adultos.”