O menino imundo (parte 1)
Escrito por: Blog Criativo Filme
Um velho carpinteiro estava
caminhando na floresta em busca de lenha quando se deparou com uma estátua de
uma criança. O velho ficou admirado e perguntou-se:
- Quem será que fez essa escultura de
pedra?
Sendo assim resolveu levar a “estátua”
para sua casa simples não muito longe dali. O velho morava sozinho e vivia de
fazer e vender móveis com a madeira que encontrava na floresta. Certo dia um
comprador veio lhe fazer uma visita para levar uma cadeira que antes tinha
encomendado e ao entrar na casa do velho deparou-se com a escultura do pequeno.
Ao vê-la disse:
- Escuta carpinteiro, não sabia que
fazia esculturas de pedras. Por acaso não queres vender-me esta?
- Se me fizeres uma oferta digna talvez
pense no seu caso. Entenda, deu-me muito trabalho para terminar esta escultura.
Imagine um velho como eu quebrando materiais tão brutos quando as pedras.
Certamente essa escultura valeu-me as juntas das mãos! – Mentiu o velho
tentando fazer um bom negócio com seu cliente.
- Sim imagino o tempo que passaste
esculpindo está obra e estou deveras impressionado com a perfeição da estátua,
tenho impressão que a qualquer momento ela sairá andando pela casa e se
revelará viva. – Diz o comprador.
- Assim sendo vendo-lhe a estátua por
míseros mil *Cartipes. – Diz o velho acreditando que o senhor não pagaria nem
metade deste preço.
- Vendido! – Diz o senhor, para
surpresa do velhote que quase tem um infarto.
O homem, então, colocou a estátua
dentro da caminhonete e seguiu para seu casarão no centro da cidade. O comprador
era um famoso empresário do ramo de agulharia e praticamente toda agulha
daquele país provinha de suas muitas fábricas. Já estava na metade do caminho
quando o senhor fez uma curva fechada e uma força invisível empurrou a pobre
estátua para fora da caminhonete. O rico negociante nem deu por falta.
A pobre escultura de pedra cambaleou
pelo morro e só não teve ferimentos, pois estava revestida com o material
petrificado dos mais resistentes, porém tamanha foi a queda que seu
revestimento partiu-se e por uma brecha o menino pôde respirar e acordar do que
imaginava ser apenas um sonho. Assustado
falou:
- Onde estou? Será que estou
sonhando?Mamãe?!
Não muito longe dali uma *Coruja Mágica o observava e estava curiosa para saber quem era o menino dentro de
uma estátua. Curiosa como todas as Corujas Mágicas foi lá para ver o que
acontecera:
- Croook, ei você aí dentro da
estátua! Consegue me ouvir, crook?
- Quem está aí?! Onde eu estou?! Onde
está meu pai e minha mãe?! Eu estou num sonho?! – Diz o menino assustado.
- Croook!!! Então você é um menino de
pedra não é mesmo?
- Sim, sim preciso ir para casa, sou
filho do rei chamado... Do Rei chamado... João? Sim é isso, João, é o rei que é
meu pai. Eu sou príncipe.
- Croook! Não se preocupe eu creio
que posso ajudá-lo.
- Muito obrigado estranho realmente preciso
retornar a minha casa, por favor, ajude-me a sair daqui e me aponte o caminho
para o reino. Juro que será recompensado com muitas rúpias pela boa ação. –
Propõe o menino.
- É uma oferta muito interessante
jovem príncipe, todavia devo lhe dizer que Rúpias de nada valem neste mundo
tudo gira em torno de Cartipes. –
- Ajuda-me e ao invés de Rúpias eu
lhe darei um palácio, comida e tudo que quiseres.
- Croook! Diga-me criança o que tem
de bom de onde você veio? – Pergunta a coruja.
- Tem...tem...tem muitas coisas boas.
Não me recordo muito, mas sei que existem muitas coisas boas lá. – Diz o
pequeno já esquecendo o lugar de onde veio.
- Hummm parece que já está fazendo
efeito. – Diz a coruja.
- Que efeito?! Do que você está
falando?! Eu preciso ir para algum lugar. Por favor, lave-me para onde eu devo
ir. – Diz o garoto assustado.
- Claro pequenino, não se preocupe,
pois o levarei para onde deve ir.
O garoto então adormeceu dentro de
seu casulo rachado e a coruja com o suas garras conseguiu quebrar a pedra que
mantinha o menino preso, agarrou-lhe e colocou-lhe em suas asas e levantou vôo
dali.
Foram mais de três horas de viajem e
o sol já estava se pondo quando a Coruja Mágica chegou ao lugar almejado a “Toca
das Corujas do Leste.” Ao chegar foi falar com o velho corujão para decidir o
futuro do garoto.
- Senhor eu achei uma alminha perdida
na floresta! – E a jovem coruja falou tudo o que sabia sobre a alminha ao sábio.
- Meu jovem Aktus fico grato por ter
trazido esta pequena alma, porém devo dizer-lhe que chegou tarde demais. A
criança já está impura. – Diz o velho sábio.
- Meu Deus, mil desculpas por minha
falta Senhor, eu achei que poderíamos salvá-lo eu achei que poderia fazê-lo
retornar ao seu mundo. – Diz o jovem Aktus com lágrimas escorrendo sobre o seu
rosto de coruja.
- Meu caro Aktus ainda és jovem para
entender, mas saibas que tudo que acontece não é por acaso, tudo tem um
propósito nesta vida. –
Como já sabem o jovem havia sido
amaldiçoado exatamente no momento e em que havia sido visto pelo homem velho na
floresta. As alminhas é o termo que designa as crianças que se perdem do reino
misterioso. As almas mais puras são as das crianças e essas crianças que vivem
no reino misterioso são pequenos anjinhos que morreram humanas e renasceram
noutro mundo. Depois de se tornarem anjos as alminhas não podem ser vistas por
nenhum humano adulto.
Depois de conversar um bom tempo com
Aktus o velho sábio Barok concluiu:
- A pequena alma terá que viver neste mundo, por mais que isso possa parecer assustador.
Continua...
Glossário
*Cartipes: É a principal moeda de
troca neste mundo fantasioso, claro que existem muitas outras como a Dobrada,
Cachalota e Dinheirola, etc. Tem esse nome devido a um antigo rei chamado
Cartipes I que governada um reino poderoso e cruel conhecido como Bretória,
você nem imagina o que aconteceu em Bretória, mas isso é estória para outro
livro que um dia pretendo concluir.
*Corujas Mágicas (ou CMicas): São
corujas que lembram as corujas do mundo humano, só que não comem rato e atingem tamanho de um baiubi filhote,
ou seja, elas são bem grandes. Elas não são vistas por humanos adultos, apenas por
crianças de até três anos e as crianças podem enxergá-las quase o tempo todo, pois
elas são o que os humanos chamam de anjo da guarda. À medida que as crianças se
tornam mais velhas elas se esquecem dos anjos da guarda e algumas que um dia
foram crianças.
Baiubi: São seres gigantes que tem
uma importante missão na terra dos humanos: Plantar árvores.
Ps: Eu ainda não sei o que farei com a narrativa com riqueza
de detalhes tenho somente ideias mais ruins do que boas, porém sinto-me feliz
só pelo fato de tê-las.