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domingo, 14 de maio de 2017

Por que você deveria escrever mais?



Venho por meio desta postagem incentivar a escrita a quem quer que você seja. Não importa quem você é ou qual sua profissão, apenas comece a escrever. Eu poderia abordar essa temática de inúmeras formas, porém vou escrever um texto pouco roteirizado ou planejado, será algo mais pessoal e com base nas minhas experiências com a escrita. Pode até soar egocêntrico, mas tenho que focar muito em mim mesmo. Espero lhe ajudar de alguma forma e que você leia tudo.
Eu comecei a escrever muito cedo. Meu primeiro contato com a escrita aconteceu na minha escola, provavelmente na antiga “primeira série” (hoje nomeado primeiro ano, creio eu) tratava-se de uma atividade de produção textual. Eu não me lembro se eu havia produzido algo semelhante num momento anterior. Tenho essa memória como sendo meu primeiro contato com a escrita.




A atividade baseava-se em criar uma fábula e eu não me lembro muito mais que isso. Lembro-me de alguns fragmentos da história e talvez meus colegas de turma não tenham sido tão receptivos quanto eu em relação a atividade. Resumindo: eu fiz a atividade e a professora leu algumas histórias, apesar de não mais saber o critério utilizado para a seleção delas. A maioria das histórias eram breves, com poucas linhas ou parágrafos, menos a minha que tinha duas páginas completas (o que para mim era uma infinidade de palavras). A professora leu minha história e só eu e ela prestamos atenção, creio ter ficado um pouco decepcionado em ver minha “obra literária” tão desvalorizada.
Muita coisa aconteceu depois daquele dia e eu só escrevia quando era exigida alguma atividade. Eu sempre gostei de criar histórias e sendo bem sincero eu sempre tive muita preguiça em escrever. Hoje eu sinto mais facilidade em escrever ao invés de simplesmente falar, não que eu seja um José de Alencar, é só que na escrita a gente pode planejar mais e ter mais tempo para pensar em cada palavra. Concorda comigo?




Importante lembrar também do meu contato inicial com a leitura. Meu primeiro livro completamente lido foi o incrível “A Formiguinha e a Neve”, eu desenvolvi uma espécie de obsessão por ele, todo recreio eu lia o mesmo livro e devo ter feito isso por vários dias seguidos. Por que eu fiz isso? Porque eu era maluco! E ainda sou um pouco.
Lembro de um livro de poesia e contos fantástico que achei na “sala de leitura” da escola, dentre várias poesias uma era especial para mim, chama-se “O príncipe feliz” (Se tiver um tempinho click no link e leia também) como eu imergi nessa história e surpreendentemente ela me marcou a ponto de eu ainda lembrar fragmentos de emoções que eu senti ao ler pela primeira vez. As pequenas poesias e contos me encantavam, pois eram tão pequenos e tão significativos.



           Quando eu estava mais crescido passei a ler um pouco de Júlio Verne e como o livro me viciou, eu não via a hora de chegar da aula me deitar na cama e continuar de onde parei. Não se engane isso não era um comportamento nem um pouco comum vindo de mim, eu estava numa fase que lia muito pouco e as histórias de Verne resgataram um pouco da minha paixão adormecida pela leitura.
Repare que comecei o texto falando em escrever e bruscamente citei a leitura. Propositalmente, pois a leitura e a escrita estão de mãos dadas e dificilmente você pode separar esses dois “atos”. Ler é muito bom e escrever é tão bom quanto. Se você gosta de ler, a escrita irá se tornar um processo natural e eu tenho certeza que você vai gostar bastante. Se você gosta apenas de escrever você encontrará na leitura forças para melhorar suas ideias, aprender mais e potencializar mais o seu talento. Se você não gosta nem de ler e nem de escrever nunca é tarde para construir um hábito, e que hábito extraordinário.




Já conheci pessoas que insistem em dizer: “eu não sei escrever”, “não nasci para isso” e a elas eu respondo: eu também não. Eu acredito que o talento é algo que vai sendo lapidado com o tempo, obviamente nós temos notícias de casos excepcionais de pessoas que tem mais facilidade, mas até elas precisam desenvolver esses talentos. Você também pode desenvolver esse talento, acredite um pouco em si mesmo por mais que ninguém acredite.
Devo admitir que escrever, muitas vezes, é um ato solitário e pode se tornar cansativo num primeiro momento. Todavia o processo é incrível, criar uma história é como voltar a infância e sentir de volta aquela liberdade de ter um palito na mão e fingir que ele pode se tornar uma espada. Quando você começa a escrever você se surpreende com si mesmo e percebe o quanto sua mente é poderosa. Usa essa cachola!




Para tentar deixar mais claro vou citar alguns motivos, segundo a minha opinião, que te motivará a escrever.

1 – Escrever te torna mais livre: Nós sabemos que a realidade às vezes pode machucar um pouco, mas na sua história você pode modificar um pouco essa realidade e torná-la mais interessante. Não que isso te faça fugir do mundo real, porém isso pode te ajudar a ver um problema de outras formas.

2 – Você pode se livrar de sentimentos ruins: Escrever sobre seus problemas e angústias como num diário pode até te ajudar a extravasar um pouco, pois nem sempre temos um ombro amigo para desabafar e como pensou sabiamente Anne Frank: “O papel tem mais paciência do que as pessoas”.



3 – Te ajuda a se concentrar mais: Sim, escrever exige muita concentração e não raro já passei várias horas para escrever pouco mais de quatro parágrafos. Melhor do que Ioga ou algumas terapias que você encontra por aí. Você exercitará sua paciência e isso é ótimo para sua saúde.




4 – Te ajuda a escrever melhor: Principalmente se você também ler, você vai perceber que suas ideias estão sendo melhor expressas. Não precisa está relacionada a uma redação ou prova de conhecimentos, mas a simplesmente postar uma foto linda no instagram e produzir aquele texto igualmente lindo para combinar. Pode parecer uma coisa boba, mas faz muita diferença.




5 – Você pode tocar corações: Não literalmente, a menos que você seja um cirurgião cardiovascular. As palavras provocam muitos sentimentos nas pessoas e você pode usar isso de forma muito carinhosa com uma pessoa que você ama. Escrever um poema simples para sua esposa, amigos e familiares pode trazer muita alegria. Experimente.




6 – Exercita seu cérebro: Nosso corpo é incrível e Deus nos deu para que possamos usá-lo da melhor forma possível. Exercitar nosso cérebro é cuidar dele também.




7 – Escrever independe da sua classe social: Rico ou pobre, mendigo ou milionário qualquer um que tenha um conhecimento básico de português ou até mesmo seja analfabeto pode criar uma história. É muito mais interessante escrever suas próprias histórias, mas eu creio que todas as pessoas possuem criatividade para produzi-la. O grande desafio é começar a usá-la com frequência.




8 – Você não precisa de muito dinheiro: É claro que o mínimo já ajuda, um lápis e uma folha de papel, mas no geral escrever não é um hobby caro. Caso tenha algumas ferramentas tecnológicas como celular e computador melhor ainda. Existem editores de texto gratuitos e até onlines para computadores e celulares. Você pode brincar com as fontes de texto e até produzir sozinho seu próprio livro.




9 – Escrever é surpreendentemente divertido: Sem nenhum exagero, escrever pode ser tão divertido quanto jogar videogame. No videogame você geralmente controla um personagem vivendo uma história específica e na escrita você pode controlar o tempo, a cor da roupa, a altura, o humor e o que quiser dos seus personagens e ambientes. É como montar legos imaginários ou desenhar.




10 – Você não precisa de diploma: Escrever é uma arte democrática, você não precisa estudar literatura ou ser o professor Pasquale para produzir suas próprias obras. O Dr. h. c. mult. (Doutor honoris causa multiplex) Patativa do Assaré memorizava seus cordéis e criações. Um “doutor sem saber ler” criava a mais pura arte através da sua voz; não tinha Iphone, Samsung ou um PC com o word instalado, não precisou de lápis e nem papel para compartilhar suas obras e encantar seus leitores ou ouvintes.




             Certamente não seria difícil citar muitos outros motivos, mas espero que estes poucos sejam o suficiente para lhe aguçar a curiosidade. O contato com a leitura e escrita certamente ajudou a formar meu caráter, me ensinou a ter paciência em alguns momentos e a escutar mais as pessoas a minha volta. Não podemos dizer que não somos capazes e que simplesmente não sabemos algo, isso nos limita e vai ter um momento que até nós vamos acreditar nisso. Melhor seria se você dissesse isso: “eu não sei escrever, mas ainda assim sou apaixonado pela escrita”. Ou “eu não sei desenhar, mas ainda assim continuo desenhando”. Ou “Eu tenho preguiça de ler, mas não posso viver sem a leitura”.
Todos nós somos limitados, mas cada um de nós podemos ser geniais a nossa maneira. Não precisamos de aplausos para continuar escrevendo. A única coisa que verdadeiramente precisamos é continuar escrevendo.