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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Esquecido Sonhador




Ousei acreditar que tudo eu poderia ser
E possuir na vida tudo o que eu podia ver
Seria médico, advogado, veterinário e astronauta
Iria trabalhar cheiroso e arrumado com gravata.

Durante um certo tempo dediquei-me aos estudos
Matemática, filosofia e geografia; Estudava de tudo
Acumulei pequenos sucessos e elogios
Estudava até em noite que fazia frio.

Meu ego se encheu e a preguiça se aproximou
Prodígio eu era, mais sabido que um doutor
Diziam que eu era o máximo e de besta eu acreditava
Para quê estudar se levo o conhecimento do mundo numa mala?

Assim eu fui vivendo e dos estudos esquecendo
As notas caindo e minha genialidade sumindo
O consagrado gênio não passava de uma farsa
Era fogo transformando-se em fumaça.

As rasteiras foram vindo e eu já estava caindo
No buraco infinito que é o futuro
Pensamentos angustiantes me assolavam
Solidão, tristeza, medo, incerteza.

Já não sei mais quem serei
Serei plebeu ou Rei?
Serei pobre ou milionário?
Excepcional ou ordinário?
Nada mais importa.

Fui me dando conta de que fazia perguntas vazias
Estava tentando adivinhar o futuro
Logo ele, tão inalcançável e ao mesmo tempo alcançável.
Logo eu, tão esquecido e tão sonhador.

O que eu tenho?
Um pedaço de papel
Um lápis com ponta cega

Um sonho.