O filme de
ficção autoexplicativo científica de Christofer Nolan mexe com os sonhos, com
a mente, ou melhor, com a parte da mente incontrolável: o subconsciente. Sendo propositalmente redundante (eu): o
subconsciente é a parte que não podemos acessar conscientemente (como o nome
sugere inclusive). Quando sonhamos, digamos que nossas ações são estranhíssimas
e incompatíveis com a razão. Agora imagine que em um universo hipotético você
possa entrar nos sonhos alheios ou pesadelos e ainda através deles fazer
alterações no comportamento; Acha isso improvável? Não ache é exatamente o que
os criadores de ficção tentam plantar em você uma ideia ou no caso história que
se bem contada pode parecer real, não é mesmo?
Escada de Penrose - Uma ideia utilizada por Nolan para explicar a desconexão com a realidade do sonho. Uma escada infinita e paradoxal em que você sempre sobe ou desce. Vou tentar construir uma dessa no meu sonho.
Dom Cobb
(Leonardo DiCaprio) é o protagonista que vive de entrar na mente das pessoas e
roubar ideias valiosas (pense bem, se realmente existisse essa tecnologia de
inserção ela seria uma arma perigosa), ele é uma espécie de ladrão
especializado na mente humana. Acredite, sempre deve ter alguém interessado
nesse tipo de serviço. Dom tem habilidades, mas ao melhor estilo Tio Bem (“Com
grandes poderes vem grandes responsabilidades”) ele também enfrenta alguns
problemas não resolvidos que podem colocar sua missão a perder. Assim temos o
maior conflito do filme: a luta contra si mesmo. Sabe quando
você acorda de um sono pesado e não sabe se é dia ou noite? Essa talvez seja a
forma que Cobb enxerga o mundo; não percebe o que é o dia ou à noite.
Dom Cobb e Arthur (Joseph Gordon-Levvitt) - Em cena do filme "A origem."
Destaco as cenas
de ação do filme muito bem montadas com explosões de carros e com cenários de verdade que
giram (não é a toa que o orçamento chega aos 160 milhões), todavia não se
engane, pois a computação gráfica também é muito bem empregada observe a
quantidade de partículas na cena em que Cobb e Ariadne (Ellen Page) conversam
em seu sonho e as demais demonstrações dos efeitos cinematográficos de Hollywood.
O filme “A origem” foi premiado com o Oscar, BAFTA de melhores efeitos
especiais ou visuais além de vencedor em algumas outras categorias em diversos
prêmios.
Estrutura giratória e posteriormente cenário giratório para gravação de cena.
A principal
crítica fica por conta dos diálogos autoexplicativos recorrentes. Sabendo
disso você me diz: “Mas não é necessário que se explique os conceitos do filme
para facilitar o entendimento do telespectador?” Talvez seja, mas eu escrevi a
palavra “recorrente” sendo assim muito dos diálogos explicativos poderiam ser
cortados ou indiretamente apresentados no filme, pois as cenas são mais do que claras para a compreensão do
telespectador e mesmo que não tenhamos entendido algo do filme sempre temos a
opção de recorrer à internet, amigos, livros para entender mais um pouco sobre
o que não se sabe. Lembre-se que o verdadeiro sábio é aquele que não sabe e
procura aprender.
Mesmo com
esse detalhe o filme tem uma estória convincente que faz com que o
telespectador acredite na ideia do filme, se empolgue com as cenas de ação, se
emocione com os conflitos de Dom Cobb e fique feliz por ter assistido uma ótima
ficção científica. Vale à pena assistir. Ahh, o final é memorável.
EUA / Reino Unido , 2010 - 148 minutos
Ficção científica / Suspense
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ken Watanabe, Tom Hardy, Cillian Murphy, Tom Berenger, Dileep Rao, Michael Caine, Lukas Haas, Pete Postlethwaite