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sábado, 4 de abril de 2015

Conto: Asas de papel




Escrito Por: Daniel Victor (Blog Criativo Filme)

Em um quarto de hospital a pequena Sadako fitava as nuvens do céu pela janela. Pensava como seria a sensação de ter o vento em seu rosto, assanhando seus cabelos, e congelando sua pele. Sonhava com o sentimento de liberdade que tanto almejava alcançar.
Sasaki era apenas uma menina de doze anos de idade, de cabelos negros e sorriso cativante. Seus olhos eram pequenos e sinceros e sua voz era doce como a voz de uma criança. Apesar de sua doença era uma criança como as outras, gostava de brincar com seus amigos, e de pentear seus cabelos olhando para o espelho, sua fita vermelha era colocada entre os seus fios toda vez que ia para a escola. E assim pediu para sua mãe:
- Mamãe hoje é o dia que meus amigos da escola virão me visitar, por favor, poderia me dar meu laço vermelho para prender o meu cabelo?
- Claro meu anjo, pedirei para que seu pai traga e eu mesma lhe enfeitarei e pentearei os seus cabelos. – Disse carinhosamente a mãe da menina.
Teimosa do jeito que é Sadako Sasaki disse que ela é quem iria arrumar-se, pois estava cheia de energia e contente, pois sairia do tédio diário que era ficar no hospital.
Mais tarde naquele dia cerca de doze crianças entraram para visitar a pequena. Os olhos da menina brilharam como um diamante precioso e seu sorriso doce iluminou todo o quarto do hospital. Ao verem a pequenina todos gritaram:
- Olá Sadako, estávamos com muita saudade de você! –
Sadako não pode evitar, começou a chorar. Todas as crianças deram-na um abraço apertado e desejaram-na força, pois logo sairia daquela cama de hospital e estaria brincando com todas elas novamente. Uma a uma deram-na mais um abraço caloroso e se despediram. Quando iam saindo o professor de Sasaki viu uma folha em branco em cima da mesa pegou e depois de alguns instantes dobrando um papel deu a menina um Tsuru dizendo:
- Sadako aqui está seu primeiro Tsuru, segundo a lenda aquele que fazer mil conseguirá um desejo.
A menina sorriu e agradeceu ao professor e disse-lhe que não descansaria até que o milésimo estivesse terminado. O professor ensinou Sadako, mostrou como fazia o pássaro de papel e rapidamente ela aprendeu.
Todo dia Sasaki fazia o maior número de Tsurus que podia. Sua mãe e pai traziam muitas folhas coloridas de papel diariamente. A doença da menina piorava a cada dia, mas ainda assim a pequena arranjava forças para continuar fazendo seus pássaros coloridos.
Fez cem Tsurus, duzentos Tsurus, trezentos Tsurus, quatrocentos Tsurus, quinhentos Tsurus, seiscentos Tsurus, seiscentos e dez, seiscentos e vinte, seiscentos e trinta, seiscentos e quarenta...Todo dia, lutando contra a leucemia, contra a fraqueza, tinha um desejo em sua mente e a alegria de uma criança. Suas forças acabaram no seiscentésimo quadragésimo sexto Tsuru.
Sadako não completou os mil Tsurus sozinha, mas sim com seus amigos de classe que terminaram o restante dos pássaros. Todas as crianças com um desejo em mente: A paz mundial.
Lá no céu Sadako pode enfim ser livre, perto das nuvens, das estrelas, voava com mil Tsurus, era um anjo com asas de papel protegendo o nosso lindo mundo azul.

FIM

Este conto é baseado na história real de Sadako Sasaki, uma das vítimas da Segunda Guerra Mundial. Um monumento foi construído em Hiroshima em sua homenagem. Que sua história seja um marco contra a guerra. PELA PAZ MUNDIAL!

Coisas Confusas: Casamento Inusitado





Casamento inusitado

Na primavera estava fazendo um sol escaldante, era noite e as árvores estavam com frio na espinha. Um esquilo começou a latir com medo do escuro. Um cavalo que ali passava mugia de medo.
A senhora iria se casar a meia noite com o Urubu que vivia lhe chamando em sua janela. O dentista combinou de passar na casa da senhora para examinar o seu velho coração. O dentista receitou um remédio para a pressão e disse para que a senhora permanecesse em repouso e que capinasse todo o mato do quintal.
A senhora pegou um garfo e foi capinar no quintal sem mato. Voltou e viu muitas pessoas gritando e cantando em sua direção e uma faixa dando-lhe parabéns pelo seu vigésimo aniversário. O Urubu teve um ataque cardíaco devido à tamanha surpresa. A senhora de vinte anos de idade era uma velha viúva. O Urubu morreu e foi enterrado no mar.
O mar secou de sede e a terra virou água devido ao sol que não brilhava. As nuvens baixaram tanto que encostaram no chão. A jovem velha senhora viúva prometeu a si mesmo que não iria mais casar. Duas horas depois casou-se com o Urubu.
A vaca relinchava de alegria e o pato disse que a cerimônia era solene. O dentista celebrou o casamento. O médico examinou os dentes dos noivos e cancelou o casamento. O esquilo latiu de tristeza.
Um ano depois o Urubu morreu de novo e a velha jovem senhora virou uma viúva feliz com seu marido. A lua de mel foi no deserto do Saara, pena que chovia bastante naquele dia.
Neste momento eu acordei.