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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Uma empresa inesperada




Ihugs
Daniel Victor
Numa rica metrópole vivia um milionário do ramo de tecnologia. Conhecido pela excelência de seus produtos bem como os seus valores exorbitantes. Seu nome era Estevão Jorge, vestia sempre a mesma roupa para causar impacto.
Num belo dia sua empresa faliu, pois uma crise financeira eclodiu no mundo. As pessoas antes preocupadas com os produtos "Idolar" não sabiam se semana que vem teriam feijão para colocar no arroz. Jorginho ficou desolado, antes gabava-se, pois era um líder de uma multinacional agora não é respeitado nem por seu cachorro Bily.
Com o passar dos anos a crise foi se apagando, mas as sequelas para Estevão foram irreversíveis, sua namorada bonitona trocou-o por seu rival Bento Greyson. Sua mansão atolada em dívidas foi tomada pelo governo forçando Estevão Jorge a morar debaixo da ponte. Até Bily preferiu viver uma vida boa ao lado da namorada bonitona.
Jorge, empreendedor até na miséria, arranjou um modo peculiar de conseguir uns trocados: vendia cobertores personalizados para outros moradores de rua (vulgo mendigos). Enquanto seus vizinhos de rua iam pedir esmola pela manhã, nosso homem de visão preparava jornais com notícias personalizadas para vender quando todos chegassem.
O pedaço de jornal ou “Ijournal” (como preferia chamar) mais vendido por Estevão era aquele que vinha com a previsão do tempo incluso. Alguns reclamavam quando a previsão errava, porém o hábil empreendedor afirmava que não respondia pelo pessoal técnico. Ousou até mesmo criar um sistema de assinatura semanal, na qual, os mendigos pagavam um real para terem direito a escolha ilimitada de modelos de Ijournals.
Estevão Jorge conseguiu evoluir nos negócios. Montou uma empresa de flanelinhas, depois contratou passeadores de cães, pipoqueiros, abriu um restaurante, vendeu o restaurante e abriu uma empresa de tecnologia pela internet que foi comprada por milhões, com o dinheiro fundou uma empresa especializada em viagens espaciais para turistas e comprou mais cinco outras empresas multinacionais e tornou-se novamente o homem mais rico do mundo.
Alô Jorginho? - Diz uma voz doce e aveludada do outro lado da linha.
Quem é? - Responde Estevão Jorge.
Sou eu, Susu! Que saudades de você - Revela a ex-namorada bonitona.
Suelem?! - Responde pasmo.
Sim tchu tchuco, sou eu!
Onde você está o que tem feito? - Pergunta o tolo Estevão.
Ultimamente pensando em você.
Estevão acabou caindo na lábia da bonitona e reatou seu namoro com ela. Deu alguns colares de diamantes, alguns carros e até uma ilha particular para sua amada. Algo que durou em torno de um mês até Estevão Jorge ter perdido o posto de homem mais rico do mundo para um Chinês do ramo de macarrão. Bily que já estava quase “best friend forever” de Jorginho deu-lhe uma mordida no calcanhar e foi embora serelepe com sua dona interesseira.
Estevão Jorge podia ter um talento prodigioso para os negócios, mas para administrar suas relações afetivas era um desastre completo.
Com a tristeza de mais uma traição Jorginho entrou em depressão o que afetou profundamente os negócios. Mais uma vez perdera tudo que tinha e voltou para a rua, na mesma ponte onde morou a primeira vez.
Estevão Jorge já não reagia ao mundo. Com o coração dilacerado não tinha muita força para continuar. Mas um milagre aconteceu. Uma velinha mendiga chamada Rosinha aproximou-se de Jorge.
Bom dia meu filho. - Diz a simpática velhinha.
E o que tem de bom? - Retruca Estevão.
Uau, você está péssimo. Parece até um mendigo. - Brinca Rosinha. Porém Estevão não esboça nenhuma reação.
Sem muito o que fazer a velhinha deu-lhe um breve abraço e saiu. A partir daquele dia Estevão Jorge percebeu que existia algo que não podia ser comprado, algo que qualquer criança sabe, mas que a ganância de sua vida não deixou que ele enxergasse.
Tão óbvio, tão clichê. O amor nunca pôde ser comprado pelo homem mais rico do mundo, porque o amor não vale nada. O amor nasce da gratuidade de um coração qualquer, não espera nada em troca ele simplesmente é. É algo que sempre existiu.
Na sua última ideia (e a mais boba) Estevão Jorge o ex renomado milionário e atual mendigo fundou a "Ihugs", uma companhia sem fins lucrativos que como o nome sugere distribui abraços gratuitamente.
O início deste novo projeto não poderia ser pior. Como não tinha muito recurso Estevão escreveu com carvão num papelão: “Ihugs: abraços grátis aqui!”, porém o seu fedor espantava os possíveis clientes e durante semanas foi na praça com o papelão ao seu lado na esperança que alguém o abraçasse. Ninguém veio.
Passados alguns meses Estevão Jorge estava muito doente quando um cachorro aproximou-se, olhou desconfiado, cheirou a placa. Num ato surpreendente Estevão ofereceu-lhe um abraço e lentamente o cachorro se aproximou aceitando o carinho do doce mendigo.
Pouco tempo depois Estevão Jorge morreu. Morreu triste, pois não era esse o final que esperava de sua história, porém lá no fundo de sua alma sentia alívio de não morrer como milionário e ter que aguentar uma multidão de urubus esperando para devorar sua herança. No fim das contas foi a morte mais digna que poderia ter.
Por acaso, no dia em que Jorge abraçou um cachorro um fotógrafo de fama internacional passava na mesma praça. Imediatamente sacou sua câmera de última geração, escolheu o melhor ângulo e tirou a foto da sua vida. O resultado foi tão impactante que ganhou todos os prêmios que um fotografo era capaz, além de sua fotografia ser considerada uma das mais impactantes da história.
A fotografia transformou a vida do fotografo que passou a dedicar sua vida a ONG “Ihugs” que busca oferecer suporte, moradia, alimentação e amor aos moradores de rua de todo o mundo.
Seu lema é: “Ihugs, porque o amor não vale nada.”






sábado, 21 de outubro de 2017

Vaqueiro

Prólogo: Não é de hoje que eu escrevo coisas absurdas. Sempre tive essa mania de extravasar coisas sem lógica da minha mente. Coisas que em alguns momentos me envergonham, porém noutros me tornam único, demonstram em mim um desejo de ser original mesmo que sem muito talento ou qualquer reconhecimento. Digamos que eu tenha uma certa genialidade boba que me faz perder tempo em atividades sem qualquer retorno, porém diferente de muitos eu sei assumir minhas próprias esquisitices e deste modo sou sincero comigo mesmo e aprendo a lidar com minhas frustrações. No fim das contas a gente deve se amar e esquecer um pouco as pessoas que tentam te dar rasteiras. É como diz um certo poeta de Quintana categoria: "...Eles passarão, eu passarinho..."   



Enigmático Vaqueiro

Nobre violeiro que vê no por do sol uma breve sombra do seu refratário ego
Se dissipando numa melodia a qualquer
Um que possa imaginar um sonho perfeito andando sem um calo a beira de cinzas
Satisfazendo-se com castelos de amor

Ei me diz o que é que eu faço pra ser um vaqueiro tão feliz
Ai, sonhei com um mundo cercado de solidão, oh Way
Ah, amar é como desenhar um rabisco sem lógica e pedir
Para um sujeito qualquer interpretar 

Velejando num mar de angústias sem saber pra onde ir ou onde chorar
Num ombro derramado de uma lágrima que se arrependeu de nascer
Mesmo cansado de tudo que não possa ver ou sentir sempre arrasado de ideias enfadonhas
Que provém de quem não tem a quem amar 

Na solidão de um castelo mora um rei que viu um mundo inteiro eclodir
Tamanha ingenuidade achou que tudo estava são (Mas não)
Recolheu as trouxas do seu velho eu e falou pra sua mãe:
"Estou indo pra casa, apronte o meu café."
"Estou indo pra casa, aponte a minha fé."

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Moça e o Sol



Se alegra aí moça!
Seca essa agonia
Põe tua armadura
Veste tua alegria

Distribui sorrir
A quem te der dor
Faz parecer tolo
A quem te nega amor

Atira uma pétala
A quem te lança espinho
Pega um atalho
Se bloquearam o caminho

Preserve sua pureza
Não suje seu coração
Ignore a aspereza
Viva em comunhão

Se está só
Se alegre
Se só está
Celebre.

Que sorte a tua poder viver
Sentir todos os sabores da vida
Dos momentos mais simples
Aos mais complexos.

Convença-se que estar vivo é milagre
Já olhastes para o céu e viu pontos brilhantes?
Deus colocou na noite para não lotar de escuridão
Se não bastasse colocou ao nosso lado o sol.

Um sol só para nós que ilumina a vida
Se a vida não fosse importante

Só teria lamparina. 

Além da gramática


Pensei em escrever palavras
Regras me foram impostas
“Deves usar a norma culta”
“Oxe!”, pensei eu, “o que é isso?”
Com tal norma
Nem meus pais, nem avós me educaram.
Me ensinaram a praticidade do falar
Não a escrever uma carta para um doutor.
É bem verdade que a norma culta é importante
Mas para mim nunca será a única norma.
Não preciso de norma culta para falar de amor
Seu doutor.
Eu falo com propriedade
Mesmo sendo analfabeto
Conheço a dor no peito
Sei amar meus filhos
Conheço a dor da fome
E nunca ganhei diploma por sofrer.
Se eu soubesse escrever
Ah doutor, seria premiado no mundo
Viajaria num avião
Discursaria num microfone
Cantaria um poema decorado.
Minhas palavras seriam vivas
Exultariam meus sentimentos
Escreveria verdade escrita
Minha poesia seria

Meu testamento.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

LOGAN, a análise atrasada (CONTÉM SPOILER)



Após algum tempo sem postar nenhuma crítica ou como eu prefiro chamar, análise de filmes, trago atrasadamente um singelo texto sobre o último filme do herói (ou talvez nem tanto) Wolverine vivido pelo “o gente boa” Hugh Jackman. E tal como os muitos entendidos ou não entendidos de filmes, eu gostei bastante. Todo mundo que se interessou em assistir, já sabe um pouco da sinopse do filme, então, pularei essa parte para não ficar entediante demais.
Logan, é um filme com foco nos personagens, pois não se preocupa em explicar com riqueza de detalhes o que está tornando o mundo cada vez mais decadente. É um filme diferente dos bem-sucedidos vingadores, pois ele não faz questão de ter muita relação com a franquia X-man ou os filmes anteriores do Wolverine. Ganha assim uma maior liberdade para explorar as “particularidades humanas” dos heróis e faz isso com maestria.



O tom do filme não é daquele tipo que você levaria sua namorada para assistir de mãos dadas, pelo contrário, tudo é muito denso, doloroso e sofrido. Os pequenos momentos felizes são tão breves e tem mais a função de alívios cômicos para deixar o calejado telespectador respirar um pouco. E sim, os diálogos cômicos são muito engraçados e nenhum pouco forçados.
As atuações do trio familiar: Professor Xavier (Patrick Stewart), X-23 (Dafne Keen) e do protagonista são mais do que convincentes. É perceptível que o roteiro ajuda muito na construção da atuação dos artistas e tenho certeza que a motivação para interpretar recebeu um gás. Abaixo minhas impressões sobre cada ator:



- Hugh Jackman: Infelizmente não acompanho muito o trabalho do ator, mas creio que esse tenha sido um dos papeis mais importantes para ele. O jeito de andar, o ódio de um homem em decadência no olhar e a atuação brutal é prova do maior comprometimento do ator com o filme. Em algumas entrevistas o ator falou que acordou no meio da noite com uma ideia para o personagem e apresentou ao diretor James Mangold e mais algumas pessoas. A ideia foi desenvolvida e o filme foi lançado posteriormente. Ele deu o seu melhor em cena, entrega física e psicológica que para um leigo como eu só posso imaginar o quão difícil é atingir resultados tão intensos em cena.



- Patrick Stewart: Um ator já consagrado, mas ainda assim continua trabalhando duro com seus 76 anos de vida e ainda surpreendendo com sua aula de atuação. O olhar perdido de quem possui uma doença mental, a voz meio fraca e rouca, a aparência abatida e frágil de um homem que já está no fim de sua vida. Um grande personagem nos quadrinhos não poderia ser interpretado de forma tão sincera quanto pelo Patrick Stewart.



- Dafne Keen: Não há muito o que dizer de uma criança de 12 anos que atua com expressões e olhares. É muito difícil dizer o que ela fará quando for adulta, mas eu espero que o talento dela vá além da loucura de holywood e que ela possa viver o melhor da infância e ainda assim ter um futuro promissor como atriz. A Dafne com certeza foi um achado e tanto pelos realizadores do filme e pasmem, até onde eu pesquisei este é apenas seu segundo filme.

SOBRE AS CRÍTICAS E PROBLEMAS


As mortes do filme foram compreensíveis e não atoa pelo menos na minha opinião. A do próprio Logan de certa forma já era imaginada, pois esse era o encerramento de um ciclo e morrer como um herói é uma morte digna para o Wolverine.
Alguns criticam o fato da aparição de um clone do Logan, por acharem fora de contexto ou que não foi uma ideia tão boa. Eu de nenhuma forma me incomodei, pois não foi uma aparição gratuita. O filme foi soltando pequenas pistas ao longo de seu desenrolar que justificou bem o uso do X-24. De certa forma seu uso pode ser interpretado como uma metáfora, pois durante o filme o maior inimigo do Logan era ele mesmo. Como um ato simbólico Logan morre como herói enfrentando um vilão que é a sua cópia. E eu gostei bastante das cenas e a importância atribuída ao vilão inesperado.



Sobre a morte do Professor Xavier, ela é compreensível para enriquecer o filme e lhe acrescentar dramaticidade. O roteiro vinha demonstrando que o mutante era uma bomba viva e sua morte foi a última punhalada no coração despedaçado de Wolverine. Foi muito bem construída toda a cena e mais impactante ainda, pois Xavier havia se lembrado o que fez na sua mansão o que para alguém que dedicou a vida para salvar mutantes fazer algum mal para eles parecia inconcebível. Uma morte injusta e até revoltante o que lembra muito a nossa vida. Mas o professor Xavier com certeza tem muito crédito, pois o seu coração era mais poderoso do que sua mente.
Caliban teve um papel relevante na história e apesar de não ter tanta explicação sobre sua trajetória até se unir a Logan o filme justificou muito bem a sua presença, ou seja, fez muito sentido e o personagem colaborou com o desenvolvimento da história.



É evidente que o filme possui pequenos problemas ou algo a se apontar, assim como tudo nesta vida, uma pequena coisa que me incomodou foi a cena do trem, admito ter pensado ser muito clichê. Aquela típica cena que o mocinho foge, porque um trem separa o vilão dele. Lembro de ter pensado “Poxa, os carniceiros bem que poderiam atirar por mais que o trem estivesse veloz”, ou simplesmente jogar uma granada por cima numa trajetória de parábola (haha!), teve até uma breve encarada do Logan. Mas isso é muito pequeno e só um mero detalhe que não faz nenhuma diferença.



Outra cena que alguns ficaram incomodados é com relação a encarada do X-24 e Wolverine, teoricamente o clone deveria ter atacado, mas o Logan simplesmente não reagiu e ele já tinha cumprido seu objetivo que era capturar a menina ou talvez tenha sido uma reação instintiva, pois Logan tinha sua mesma aparência. Outros reclamam pelo assassinato de Xavier, mas apesar de injusto tem uma coerência na ideia corrompida dos caras maus: O Xavier poderia ser a maior ameaça, bastasse liberar seus poderes da sua mente adoecida como já tinha feito anteriormente no hotel. Para evitar risco ele foi eliminado. Ou seja, criticar e achar problemas é muito mais fácil do que fazer um filme tão bom quanto Logan.
Logan, sem dúvidas é um filme maduro e para adultos que tem em geral uma visão pessimista sobre a vida, não é para todo tipo de pessoa, não é um filme família e nem um filme que um padre recomendaria. Porém tem momentos felizes sobre a importância da família, Logan apesar de bastante adoecido fisicamente e psicologicamente não desistia de seu “pai” que o insultava e no fim tornou-se o herói que sua “filha” esperava. O final do filme dá esperança aquelas crianças, X-23 tombando a cruz do túmulo de Logan revela um X de X-man e assim também é a nossa vida, muitas vezes a cruz é pesada e o mundo nos deixa destroçados por dentro, cabe a nós escolher quem queremos ser neste mundo: aquele que persegue os inocentes e causa o mal ou aquele que mesmo fraco luta para salvar os bons.



quarta-feira, 17 de maio de 2017

Minha primeira animação

            Esta obra de arte foi produzida utilizando o Adobe Ilustrator, Potoshop e Sony Vegas. Repare nas metáforas implícitas que compõem a animação. Trabalho digno de um verdadeiro artista.


domingo, 14 de maio de 2017

Por que você deveria escrever mais?



Venho por meio desta postagem incentivar a escrita a quem quer que você seja. Não importa quem você é ou qual sua profissão, apenas comece a escrever. Eu poderia abordar essa temática de inúmeras formas, porém vou escrever um texto pouco roteirizado ou planejado, será algo mais pessoal e com base nas minhas experiências com a escrita. Pode até soar egocêntrico, mas tenho que focar muito em mim mesmo. Espero lhe ajudar de alguma forma e que você leia tudo.
Eu comecei a escrever muito cedo. Meu primeiro contato com a escrita aconteceu na minha escola, provavelmente na antiga “primeira série” (hoje nomeado primeiro ano, creio eu) tratava-se de uma atividade de produção textual. Eu não me lembro se eu havia produzido algo semelhante num momento anterior. Tenho essa memória como sendo meu primeiro contato com a escrita.




A atividade baseava-se em criar uma fábula e eu não me lembro muito mais que isso. Lembro-me de alguns fragmentos da história e talvez meus colegas de turma não tenham sido tão receptivos quanto eu em relação a atividade. Resumindo: eu fiz a atividade e a professora leu algumas histórias, apesar de não mais saber o critério utilizado para a seleção delas. A maioria das histórias eram breves, com poucas linhas ou parágrafos, menos a minha que tinha duas páginas completas (o que para mim era uma infinidade de palavras). A professora leu minha história e só eu e ela prestamos atenção, creio ter ficado um pouco decepcionado em ver minha “obra literária” tão desvalorizada.
Muita coisa aconteceu depois daquele dia e eu só escrevia quando era exigida alguma atividade. Eu sempre gostei de criar histórias e sendo bem sincero eu sempre tive muita preguiça em escrever. Hoje eu sinto mais facilidade em escrever ao invés de simplesmente falar, não que eu seja um José de Alencar, é só que na escrita a gente pode planejar mais e ter mais tempo para pensar em cada palavra. Concorda comigo?




Importante lembrar também do meu contato inicial com a leitura. Meu primeiro livro completamente lido foi o incrível “A Formiguinha e a Neve”, eu desenvolvi uma espécie de obsessão por ele, todo recreio eu lia o mesmo livro e devo ter feito isso por vários dias seguidos. Por que eu fiz isso? Porque eu era maluco! E ainda sou um pouco.
Lembro de um livro de poesia e contos fantástico que achei na “sala de leitura” da escola, dentre várias poesias uma era especial para mim, chama-se “O príncipe feliz” (Se tiver um tempinho click no link e leia também) como eu imergi nessa história e surpreendentemente ela me marcou a ponto de eu ainda lembrar fragmentos de emoções que eu senti ao ler pela primeira vez. As pequenas poesias e contos me encantavam, pois eram tão pequenos e tão significativos.



           Quando eu estava mais crescido passei a ler um pouco de Júlio Verne e como o livro me viciou, eu não via a hora de chegar da aula me deitar na cama e continuar de onde parei. Não se engane isso não era um comportamento nem um pouco comum vindo de mim, eu estava numa fase que lia muito pouco e as histórias de Verne resgataram um pouco da minha paixão adormecida pela leitura.
Repare que comecei o texto falando em escrever e bruscamente citei a leitura. Propositalmente, pois a leitura e a escrita estão de mãos dadas e dificilmente você pode separar esses dois “atos”. Ler é muito bom e escrever é tão bom quanto. Se você gosta de ler, a escrita irá se tornar um processo natural e eu tenho certeza que você vai gostar bastante. Se você gosta apenas de escrever você encontrará na leitura forças para melhorar suas ideias, aprender mais e potencializar mais o seu talento. Se você não gosta nem de ler e nem de escrever nunca é tarde para construir um hábito, e que hábito extraordinário.




Já conheci pessoas que insistem em dizer: “eu não sei escrever”, “não nasci para isso” e a elas eu respondo: eu também não. Eu acredito que o talento é algo que vai sendo lapidado com o tempo, obviamente nós temos notícias de casos excepcionais de pessoas que tem mais facilidade, mas até elas precisam desenvolver esses talentos. Você também pode desenvolver esse talento, acredite um pouco em si mesmo por mais que ninguém acredite.
Devo admitir que escrever, muitas vezes, é um ato solitário e pode se tornar cansativo num primeiro momento. Todavia o processo é incrível, criar uma história é como voltar a infância e sentir de volta aquela liberdade de ter um palito na mão e fingir que ele pode se tornar uma espada. Quando você começa a escrever você se surpreende com si mesmo e percebe o quanto sua mente é poderosa. Usa essa cachola!




Para tentar deixar mais claro vou citar alguns motivos, segundo a minha opinião, que te motivará a escrever.

1 – Escrever te torna mais livre: Nós sabemos que a realidade às vezes pode machucar um pouco, mas na sua história você pode modificar um pouco essa realidade e torná-la mais interessante. Não que isso te faça fugir do mundo real, porém isso pode te ajudar a ver um problema de outras formas.

2 – Você pode se livrar de sentimentos ruins: Escrever sobre seus problemas e angústias como num diário pode até te ajudar a extravasar um pouco, pois nem sempre temos um ombro amigo para desabafar e como pensou sabiamente Anne Frank: “O papel tem mais paciência do que as pessoas”.



3 – Te ajuda a se concentrar mais: Sim, escrever exige muita concentração e não raro já passei várias horas para escrever pouco mais de quatro parágrafos. Melhor do que Ioga ou algumas terapias que você encontra por aí. Você exercitará sua paciência e isso é ótimo para sua saúde.




4 – Te ajuda a escrever melhor: Principalmente se você também ler, você vai perceber que suas ideias estão sendo melhor expressas. Não precisa está relacionada a uma redação ou prova de conhecimentos, mas a simplesmente postar uma foto linda no instagram e produzir aquele texto igualmente lindo para combinar. Pode parecer uma coisa boba, mas faz muita diferença.




5 – Você pode tocar corações: Não literalmente, a menos que você seja um cirurgião cardiovascular. As palavras provocam muitos sentimentos nas pessoas e você pode usar isso de forma muito carinhosa com uma pessoa que você ama. Escrever um poema simples para sua esposa, amigos e familiares pode trazer muita alegria. Experimente.




6 – Exercita seu cérebro: Nosso corpo é incrível e Deus nos deu para que possamos usá-lo da melhor forma possível. Exercitar nosso cérebro é cuidar dele também.




7 – Escrever independe da sua classe social: Rico ou pobre, mendigo ou milionário qualquer um que tenha um conhecimento básico de português ou até mesmo seja analfabeto pode criar uma história. É muito mais interessante escrever suas próprias histórias, mas eu creio que todas as pessoas possuem criatividade para produzi-la. O grande desafio é começar a usá-la com frequência.




8 – Você não precisa de muito dinheiro: É claro que o mínimo já ajuda, um lápis e uma folha de papel, mas no geral escrever não é um hobby caro. Caso tenha algumas ferramentas tecnológicas como celular e computador melhor ainda. Existem editores de texto gratuitos e até onlines para computadores e celulares. Você pode brincar com as fontes de texto e até produzir sozinho seu próprio livro.




9 – Escrever é surpreendentemente divertido: Sem nenhum exagero, escrever pode ser tão divertido quanto jogar videogame. No videogame você geralmente controla um personagem vivendo uma história específica e na escrita você pode controlar o tempo, a cor da roupa, a altura, o humor e o que quiser dos seus personagens e ambientes. É como montar legos imaginários ou desenhar.




10 – Você não precisa de diploma: Escrever é uma arte democrática, você não precisa estudar literatura ou ser o professor Pasquale para produzir suas próprias obras. O Dr. h. c. mult. (Doutor honoris causa multiplex) Patativa do Assaré memorizava seus cordéis e criações. Um “doutor sem saber ler” criava a mais pura arte através da sua voz; não tinha Iphone, Samsung ou um PC com o word instalado, não precisou de lápis e nem papel para compartilhar suas obras e encantar seus leitores ou ouvintes.




             Certamente não seria difícil citar muitos outros motivos, mas espero que estes poucos sejam o suficiente para lhe aguçar a curiosidade. O contato com a leitura e escrita certamente ajudou a formar meu caráter, me ensinou a ter paciência em alguns momentos e a escutar mais as pessoas a minha volta. Não podemos dizer que não somos capazes e que simplesmente não sabemos algo, isso nos limita e vai ter um momento que até nós vamos acreditar nisso. Melhor seria se você dissesse isso: “eu não sei escrever, mas ainda assim sou apaixonado pela escrita”. Ou “eu não sei desenhar, mas ainda assim continuo desenhando”. Ou “Eu tenho preguiça de ler, mas não posso viver sem a leitura”.
Todos nós somos limitados, mas cada um de nós podemos ser geniais a nossa maneira. Não precisamos de aplausos para continuar escrevendo. A única coisa que verdadeiramente precisamos é continuar escrevendo.



sexta-feira, 12 de maio de 2017

O homem destruído


Existia um homem ciborgue conhecido como R3-D3. Um dos seus hobbies favoritos era passear a noite na praia e molhar os pés com a água do mar. Gostava também de sentir a brisa gélida em sua pele artificial. Numa de suas muitas caminhadas recebeu um telefonema de seu dono:
- Está me ouvindo R3?
- Pois não mestre Brankley? – Respondeu prontamente.
-Boas novas. Você está oficialmente livre!
- E o que devo fazer senhor? – Indaga R3.
- Bem, a partir de agora é com você. Seus serviços já foram demasiadamente úteis para minha família. – Respondeu o senhor de voz pacífica.
R3-D3 há muito tempo havia pensado sobre a liberdade. Quando chegou o momento de descobri-la por conta própria uma simulação de medo tomava conta de sua central neural.
Vencendo o medo inicial o organismo vagou durante décadas. O único padrão nesses locais dos quais passava era a presença de praias. De alguma forma para R3 observar a imensidão do mar possibilitava uma maior proximidade com o “jeito humano de sentir”.
Certo dia R3 percebia a luz da lua levemente mais clara, perguntava-se, como se quisesse enganar-se, quem tinha criado. De fato, o ciborgue armazenava em seus circuitos milhares de terabytes de informações, para ele tal indagação não fazia sentido nenhum.
Perto dali uma ciborgue modelo L4 fêmea, aproximou-se e perguntou:
- Está perdido?
- Não, sou apenas um ciborgue errante. – Respondeu admirado com o design futurista de L4.
- Então você fugiu de seu dono?
- Não, receio que essa falha nem seja permitida em modelos antigos como o meu.
- E qual o seu modelo? – Pergunta a ciborgue em modo de curiosidade.
- Pertenço a décima geração.
- Hum, um pouco ultrapassado, mas ainda popular.
Estas últimas palavras parecem ter provocado um efeito negativo sobre R3-D3. Ainda assim acha interessante manter a conversa com a ciborgue:
- E qual o seu modelo? – Indaga R3.
- Décima segunda geração. – Responde L4 sem muito entusiasmo.
- Curioso. Suas peças devem ser valiosas.
- Obrigada, mas só os humanos dão extrema importância para os valores.
- Talvez eu também dê importância. – Complementa R3 com tom sério.
L4 estava sentindo uma simulação mais forte do que a de alegria que vinha instalada de fábrica em seu organismo cibernético. Parecia-lhe uma simulação totalmente diferente.
Durante certo tempo L4 e R3-D3 andaram a noite na praia e conversaram sobre assuntos deveras simples. Para quem os observasse de longe poderia comparar os dois a um casal adolescente.
R3 provocava na ciborgue simulações cada vez mais complexas o que deixou o organismo fêmea totalmente viciado em sua companhia. Percebendo a sua completa entrega R3 convidou-a para conhecer outras praias. Citou de forma clara o termo “fugir de tudo”.
No começo L4 estava relutante, mas percebeu que já não mais poderia existir sem R3-D3. A ciborgue rompeu com a criptografia de sua programação e fugiu com o ciborgue.
Num dado momento andando numa praia a ciborgue revelou:
- Meu R3, o antigo dono às vezes andava de mãos dadas com sua esposa. Nunca entendi muito bem o que isso significava, mas agora ao seu lado venho sentindo o desejo de juntar meus dedos aos teus. - R3 assentiu com a cabeça e sorrindo deu sua mão direita para L4.
Mais tarde foram a praia e R3 convidou L4 para sentar na areia. Sentou-se atrás dela e abraçou-a na altura de sua cintura. Sussurrou:
- Desculpe-me. – Partindo-a ao meio.
Tudo ocorreu numa fração de segundo. L4 sequer pôde perceber que estava despedaçada. R3 tirou o microchip responsável por simular emoções da cabeça da ciborgue e implantou em si mesmo. Enterrou as peças de ciborgue destroçada na areia.
Olhou para a lua, pôs a mão no peito e disse para si:
- Não funcionou.

Levantou-se, entrou no mar e quando o sol nascia no horizonte R3-D3 já havia deixado de existir.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

E se Pokémon tivesse se inspirado no Brasil?


Sim, eu pensei nisso e resolvi criar uma Hq (vulgo história em quadrinhos) para brincar com essa ideia. A história se passa numa periferia qualquer e o protagonista é o pequeno Lequinho Brown. Os Pebámons (como são chamadas as criaturas) tem um aspecto um tanto quanto realista (haha!). Já "produzi" algumas páginas desta obra de arte, além é claro desta capa do balaco-baco. Você pode conferir o resultado preliminar clicando neste link.

terça-feira, 9 de maio de 2017