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sexta-feira, 13 de março de 2015

Para quê aprender?


 (www.criativofilme.blogspot.com.br)



 Nota: Hiragana ひらがな - Silabário utilizado para a escrita do Japonês é o atual papel de parede do meu computador que eu criei para nunca esquecer de praticar; também contém alguns personagens dos filmes do estúdio Ghibli (quero rever esses filmes em Japonês e entender tudo). Se quiser aprender Japonês fique a vontade para copiar a imagem, minha única exigência é que comente o que achou desta postagem.

Certo dia eu percebi que precisava aprender novas línguas, pois meu idioma nativo, o português, já não me bastava, pois o mundo é um universo rico em cultura, línguas, conhecimentos e pessoas. Tenho sorte em viver numa época em que a informação é acessada diretamente da tela de um computador, em um mundo em que o Japão fica a um clique de distância.
Na escola nunca tive interesse em aprender o verbo “to be” que era ensinado exaustivamente pela professora, na verdade, o inglês era a matéria que eu tinha mais dificuldades, e consequentemente tinha notas mais reduzidas. Então, por que de repente resolvi dedicar um tempo a essa língua que eu tanto desprezava? A resposta é simples, muitos dos meus filmes prediletos estão em inglês, sendo assim, resolvi comigo mesmo que não passaria o resto da vida assistindo esses filmes dublados ou legendados eu precisava entendê-los pelos meus próprios ouvidos.
Desde criança eu gosto de filmes, mas sempre assistia de forma pouco crítica, ou seja, não queria saber o que era roteiro, o que era direção, o que era atuação, fotografia. Minha visão sobre os filmes era puramente mágica, pois eu simplesmente assistia e não pensava se o que eu assistia era realmente bom ou não. Resolvi atrelar minha capacidade crítica a um hobby bastante comum: O gosto pela sétima arte.
Tudo começou a partir de um interesse em conhecer as críticas dos filmes que marcaram minha infância. Liguei o computador, acessei o Google e pesquisei “crítica sobre o filme vida de inseto.” Voilà! Milhares de resultados surgiram como mágica em uma fração de segundo. A partir daquele dia queria saber um pouco mais sobre os filmes.
Interessei-me inicialmente pelos clássicos, pesquisei assim “lista de melhores filmes” e mais uma vez a internet provou o seu valor me dando nomes de muitos filmes que marcaram a história e a vida das pessoas. E resolvi começar pelos melhores. Nestas pesquisas descobri Kubrick, Tarantino, Bergman, Hayao Miyazaki, Isao Takahata, John Lasseter, Hitchcock e muitos outros nomes que contribuem e contribuíram para a riqueza que é o cinema mostrando como a arte nos engana e conta muitas mentiras que nós apaixonadamente acreditamos e tomamos como verdades.
Senti a necessidade de escrever minha opinião, mesmo que pra mim mesmo, sobre os filmes que eu assisti. Assim criei este blog que apesar de falar de filmes nada mais é do que um depósito das minhas ideias, um depósito no qual despejo meus pensamentos e as estórias que eu gosto tanto de criar.
Apesar de este ser basicamente um blog particular eu gosto de escrever como quem escreve para um amigo querido, pois nunca se sabe quem poderá estar lendo e talvez uma palavra possa fazer a diferença na vida das pessoas.
Nada que eu escrevo é planejado ou friamente calculado eu acredito que não escrevo com o cérebro, mas muitas vezes com o coração. Portanto não sou um escritor, um intelectual, um cinéfilo, sou apenas um amador. Não quero me prender a rótulos e escrever pra ganhar dinheiro, quero apenas escrever para as pessoas e através do poder que as palavras têm tornar o mundo mais azul.
Por falar em azul, o principal símbolo do blog é a borboleta azul. O azul do grande céu, o sonho de voar, a liberdade é o que significa. A criatividade é uma qualidade excepcional de todos os seres humanos, que não deve ser desperdiçada, que deve ser aguçada todos os dias, nosso mundo é movido pela criatividade humana.




Meu conselho para vocês é que aprendam uma coisa nova todo dia, até o fim de suas vidas e que usem seus conhecimentos para o bem das pessoas. Estou tentado traçar o meu caminho aprendendo novas línguas (Inglês, Francês, Japonês...) conhecendo sobre filmes, aprendendo sobre o mundo, criando meus mundos através da escrita.
Criem os seus mundos e ouse voar um pouco. Tire os pés do chão por um momento e ouse olhar para o azul. Assim como um pássaro que aprende a voar você até poderá andar pelo chão, mas o seu lugar sempre será acima das nuvens. 


domingo, 8 de março de 2015

Para todas as mulheres que eu amo!


Mulher

Com encanto e pranto o choro nasce em ti
Como a primavera a vida lhe sorrir
Nos cabelos assanhados a mãozinha que agarra
Com o choro tímido a beleza que acalma
Se for anjo ou não só sei que acredito
Que em meus ouvidos é o canto mais bonito
A delicadeza de quem sabe amar
E a força de quem não teme chorar
Nos seus belos olhos eu vejo um poema
Nos seus lábios doces eu filmo uma cena
É tão bela e doce que ouso lhe dizer
Que seria inóspito um mundo sem você

O que o filme Túmulo dos Vaga-lumes nos ensina.


 


TÚMULO DOS VAGA-LUMES

É um dos principais filmes realizado pelo estúdio Ghibli que mostra a versão japonesa do segundo conflito mundial. Uma animação adulta e muito intensa que conta a guerra a partir da perspectiva dos civis inocentes mais especificadamente conta a história de Seita e Setsuko, duas crianças que vivem no meio da miséria e das dificuldades causadas pela disputa global.
O filme se passa no final da Segunda Guerra Mundial na qual o eixo Alemanha, Japão e Itália luta contra os Aliados (EUA, FRA, URSS, CHN, Império Britânico), mas deixando um pouco de lado essa lembrança das aulas de história do ensino fundamental e/ou médio a obra foca-se especialmente na sobrevivência dos pequenos.
Não pode deixar de se notar a forte crítica a Guerra principalmente no que diz respeito ao sofrimento dos civis japoneses no conflito. É um filme que tem o combate como plano de fundo e que não é produzido em “Hollywood”, logo, é mais possível não vermos heróis “japoneses” lutando contra forças inimigas, o que se vê são crianças e pessoas lutando contra a fome, crueldade e os próprios conterrâneos sejam eles “Aliados” ou não.
A animação é inspirada pelo livro semi-autobiográfico Japonês de mesmo título que conta a história verídica de Akiyuki Nosaka além de sua irmã Seiko. O autor escreveu o livro em homenagem a sua irmãzinha pequena como uma forma de por para fora os seus fantasmas do passado. O filme, porém não se trata de uma simples adaptação do livro (que infelizmente ainda não li), mas conta toda história atrelado a certa fantasia.
Assisti ao filme sem saber exatamente do que se tratava, nem li sequer a sinopse e felizmente tive uma “grata” surpresa, me surpreendi com a capacidade que a animação tem de emocionar e contar uma história tão relativamente recente e cruel. Realmente você acaba esquecendo que os personagens são desenhos e emociona-se com eles como se existissem de verdade, muitos filmes gravados com atores não transmitem tamanho impacto nas nossas emoções.  
A obra nos faz refletir a cerca da natureza humana e nos faz questionar sobre o que nós estamos fazendo para o bem estar do próximo. Na verdade em alguns momentos a animação evidencia o egoísmo dos adultos, obviamente o cenário em que ocorre o filme é bem catastrófico, mas ainda assim o egoísmo é um sentimento que não se justifica. 
Quantas vezes você viu uma criança pedindo comida na porta da sua casa? Quantas vezes você viu crianças na rua com seus pais mendigos pedindo esmola? Quantas matérias e documentários você viu ou ouviu falar mostrando crianças passando fome em regiões do continente africano?  Quantas e quantas vezes você viu aquele milionário comprando uma casa gigantesca? E aquele jogador de futebol com aquele carrão? E você quantas vezes ficou com raiva de seus pais por não lhe darem o celular, o videogame, o brinquedo ou a roupa que você queria. Tudo é tão pequeno diante da fome e da miséria.
Não estou querendo dizer que é errado comer enquanto alguém passa fome na África e muito menos que você poderá mudar o mundo por completo. Pelo menos tente mudar a si mesmo, respeite as pessoas, não ignore os mendigos na rua, não pense que os bens que você tem são mais valiosos do que um bom caráter, não se importe com o carro do ano, o celular do mês, e com a bolsa que você não tem contente-se com o que você tem, agradeça seus pais por lhe darem um teto, uma casa, por lhe amarem, por lhe manterem vivo e por muitas vezes se sacrificarem por você. Existem pessoas que dariam sua vida para ter por um dia o que você tem. Sejam gratos pela sua família.  
Lembre-se que quando morrer seu dinheiro não vai ser enterrado com você, seu diploma da universidade não vai lhe ser útil, seu carro e suas roupas de marca não estarão todas lá. Você ficará apenas na mente das pessoas. Seus amigos lembrarão quem você era, seus inimigos também, seus filhos terão a você como exemplo e em anos você será esquecido. Mesmo que você seja famoso e existam pessoas que se lembram de você por séculos você será apenas uma ideia.
A guerra é um dos maiores atestados de burrice da humanidade, assim como a violência, o egoísmo e a “superioridade”. Não importa em que acredite você é nada se comparado ao tamanho do universo. Menor que um grão de areia em um deserto, menor que uma gota no oceano. Neste mundo você é como uma folha soprada pelo vento, num momento estava em uma árvore, num outro cai na terra e desaparece.
O túmulo dos Vaga-lumes nos ensina que nós estamos apenas esperando um trem para um outro mundo e a passagem só pode ser possuída por quem merecer.