Páginas

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Armadilha



Numa vila escura e pálida, as árvores balançam no sentido do vento, a lua era coberta pelas nuvens e a distância, sussurros ao longo da estrada.
Uma mulher loira morava numa casa solitária e esquecida no meio do nada. Tinha um rosto profundamente triste. Parecia jovem, mas as rugas lhe saltavam dos olhos.
Numa noite chuvosa bate-lhe a porta um homem de terno preto e de olhos castanhos, cuja aparência era cansada. Ouvem-se os passos na varanda de madeira da mulher. Ouvem-se batidas em sua porta. TOK, TOK, TOK!
- Alguém em casa? – Diz o homem.
- Sim, há alguém. Deixei a porta aberta e estava a sua espera. – Responde a mulher.
Surpreso o homem entra no recinto e enxerga a velha casa, silenciosa, cheia de móveis antigos e empoeirada. Pergunta onde está a mulher; não se ouve nada. O homem está tenso e procura pela mulher na casa. Vai à cozinha e nada encontra, no banheiro, no quarto, se desespera, grita pela mulher.
Algum tempo depois escuta barulhos no porão. Relutante entra. Abre a porta devagar. Tudo escuro, enxerga vultos na densidão. Liga a luz, nada vê. Assustado sai da casa e retoma seu caminho em um carro. Já saindo escuta uma voz bizarra sussurrando em seu ouvido:
- Se eu fosse você, não olharia para trás.